sexta-feira, dezembro 21, 2007


Oh my boot!

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Flopt, flopt, flopt...

Seria loucura usar botas no calor de 40 graus? Eu acho que não. Isso seria mais uma obsessão? Aqui no Brasil está mais para loucura, porém quando morava no Japão, usava no verão e inverno. E agora pergunto-me: porque aqui eu não posso usá-lo sem que as pessoas me olharem com cara de fuinha como se eu fosse um Duende Verde?

Bota "FLOPT", você ama ou você odeia. Ou fica no meio termo sem saber se ama ou odeia. Ou nem ama, nem odeia. Ou não acha nada demais só para me quebrar as pernas.

Mas se ama porque é true - odeio pessoas que falam true - ou se odeia é porque não tem estilo próprio. Portanto facilitadores para se amar ou odiar, sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Dá-lhe texto... "êhh"

A bota é um processo civilizatório do homem, que oferece proteção, mas também vaidade. Imagino um Homo erectus de botas, ou um Homo sapies *viajou na maionese*. Dizem que foram desenvolvidos há 15000 a.C, na Espanha. Outros mais antigos vem da Mesopotâmia no Oriente Médio, e acredita-se que foram utilizados tanto por homens e mulheres. Ao correr dos séculos a bota tornou-se um implemento exclusivamente masculino, reservando a mulher delicadas peças de calçado que dificilmente lhes permitia sair de casa. Tornando-se uma forma de controle da dependência relacionada aos cultivos na civilização ocidental. Eram mais elevados as classes sociais - isso é óbvio.

Mas umas das grandes descobertas tecnológicas no século no XIX, foi provocadas tantas mudanças. Em torno de 1830, começam a surgir as primeiras botas femininas, com modelos delicado e refinado, abotinados ou vinculados com laços. As botas baixas eram muito diferentes das botas dos homens, botas de ambos os trabalhos, como os militares ou de luxo.

Curiosamente, foi a Rainha Victoria, conhecida pela sua atitude conservadora, que popularizou a bota feminina. Logo o calçado virou favorito para as caminhadas e, em seguida, para as grandes festas. As botas eram feitas exclusivamente em couro, mas logo depois outros materiais foram utilizados, tais como a seda, tafeta e diversas formas de lona. Que foi um alívio. Imagine os pés cheio de bolhas. Na metade do século XIX, as botas já estavão popularizadas. Usavam tanto no verão e inverno, e os modelos começam a se diversificar...

Do que vou eu falar, perguntam vós? Até agora sem conclusões e explicações lógicas. Usar só no inverno parece-me a única resposta concreta, depois de contar a História da Bota e suas evoluções. Vou-me embora descalça.

Ass: Duende Verde.

quarta-feira, dezembro 19, 2007


Profunda Escuridão

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  Na escuridão, profunda e gélida deste oceano onde me encontro, tudo à minha volta parece feito de gelo puro, sem cor, pálido, adormecido. Este é um mundo onde as trevas não nos queimam a pele com rios de lava incandescente, gelam-nos a alma, como pedras mortas e silenciosas. Aqui, na solidão do infinito, neste vazio imenso de água, o espírito vagueia, em busca de uma réstia de luz, de um sinal que lhe indique o caminho a percorrer. Tudo me parece igual, por mais que deambule, pareço andar em circulos, como que perdido num espaço que não tem norte nem sul, não tem céu nem terra. Aguardo que algo ou alguém, miracolosamente me venha despertar deste pesadelo, me venha tirar desta letargía a que me votei.

  Os dramas do destino afundaram a alma, neste imenso mar, e o corpo foi, aos poucos, deixando-se arrastar para as profundezas, sem perceber que se ia encarcerar num mundo distante e frio, escuro e vazio de vida. Não sei mais onde fica o céu, não sei mais que direção tomar. Muitas vezes peço-te que me envies um sinal, um pequeno raio de luz, que me diga em que direção dispender as últimas forças que me restam, que me diga onde estás tu. Sinto a tua presença, sei que estás aí, peço-te ajuda. Quero voltar à tona, só tens de enviar-me uma tábua, e salvar-me-ás.

  Autor desconhecido.
  Mandado por e-mail.

quinta-feira, novembro 15, 2007


Emocionais

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Certamente você já ouviu falar neles e se não ouviu... Puts, em que mundo você vive? Você pode achar estranho, feio, ridículo, fútil, fake, mas na realidade todo mundo está virando Emo. Menos eu, é claro. É incrível ver como as "coisas" pegam rápido demais. Esses dias mesmo a moda era ser Gótico, mas a sensação agora é ser Emo.

All Star já está "Emo-rotulado". Óculos - acho que o professor do cursinho é Emo - também é Emo. Lápis de olho, unhas pretas, roupas pretas, caveiras... Peraí, isso não é Gótico? Nãooo! Porque o estilo Emo é qualquer coisa, até o mendigo da esquina é um "Emo". Porque "Emo" é tudo. Agora me diga de onde veio? Onde vai parar? Quem foi o girico que inventou isto?

Decepcionei-me muito ao saber que minha mãe era Emo há uns 25 anos atrás. Ela usava um All Star verde-limão fosforescente, lápis de olho e franja caida nos olhos. Logo minha mãe, minha ídola.

Tem outra também. Você não pode ser homossexual, bissexual, heterosexual ou lésbica. Porque é coisa de Emo. Que coisa né? Coitados dos Gays, nem Gays podem ser mais. E os heteros? Nem dá pra sair pra pegar um broto! ¬¬ E se eu falar que acho o Brian Molko sexy? Isso vai me tornar heterosexual, homossexual, bissexual ou lésbica? Agora fiquei na dúvida, irei meditar na eternidade!!! A androginia é Emo porque consiste em vários fatores de indefinições. Lembrando que piscar os olhos também!

Depressão, chorar, até suicidar-se é coisa de Emo. Antes eu achava que isto era coisa dos Góticos. Cortar os pulsos, pular de um prédio, se afogar no aquário, etc. OMG, eu tenho depressão. Antes era fobia social, depois passou para desquilíbrio cérebral, síndrome do pânico, intenções suicidas, e por último depressão. Caramba, nem doente pode-se ficar mais...

Você não quer ser Emo? Então não chore por qualquer coisa, não desmunheque as mãos, não solte pum, não tire meléca do nariz, não vomite os rins, não fique deprimido, não tenha uma aparência suicida, não se mate, e não respire. Também não escreva AxXiMm IgUaL uN bEsTá, ReTaRdAdU kI NuNkA ViO uN ShIfT i CaPsLoCk, I nAuM SaIáÁá CoLoCaNdUu AcEnToSs OnDE nAuM É PrA CoLoCar TááHh mIgUxXu LiNdÓó..

"O ministério do estilo adverte: Nenhum Emo foi ferido fisicamente ou moralmente neste local"


Paz e amor... ^__^v

Ahhhh Hype é Emo também!

sexta-feira, novembro 02, 2007


Divisão

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  A primeira história da Divisão nasce na antiga Pérsia: o deus do tempo, depois de haver criado o universo, dá-se conta da harmonia à sua volta, mas sente que falta algo muito importante - uma companhia com quem desfrutar toda aquela beleza. Durante mil anos, ele reza para conseguir ter um filho. A história não diz para quem pede algo, já que é todo-poderoso, senhor único e supremo; mesmo assim ele reza, e termina engravidando. Ao perceber que conseguiu o que queria, o deus do tempo fica arrependido, consciente de que o equilíbrio das coisas era muito frágil. Mas é tarde demais - o filho já está a caminho. Tudo que ele consegue com seu pranto é fazer com que o filho que trazia no ventre se divida em dois.

  Conta a lenda que , assim como da oração do deus do tempo nasce o Bem (Ormuz), do seu arrependimento nasce o Mal (Arimã) - irmãos gêmeos. Preocupado, ele arranja tudo para que Ormuz saia primeiro do seu ventre, controlando o seu irmão, e evitando que Arimã cause problemas ao universo. Entretanto, como o Mal é esperto e capaz, consegue empurrar Ormuz na hora do parto, e vê primeiro a luz das estrelas.

  Desolado, o deus do tempo resolve criar aliados para Ormuz: faz nascer a raça humana, que lutará com ele para dominar Arimã, e evitar que este tome conta de tudo.
Na lenda persa, a raça humana nasce como aliada do Bem, segundo a tradição, irá vencer no final. Outra história sobre a Divisão, entretanto, surge muitos séculos depois, desta vez com uma versão oposta: o homem como instrumento do Mal.

  Penso que a maioria sabe do que estou falando: um homem e uma mulher estão no jardim do Paraíso, gozando todas as delícias que possam imaginar. Só existe uma única proibição - o casal jamais pode conhecer o que significa Bem e Mal. Diz o Senhor Todo-Poderoso (Gen: 17): "da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás". E um belo dia surge a serpente, garantindo que este conhecimento era mais importante que o próprio paraíso, e eles deviam possuí-lo. A mulher recusa-se, dizendo que Deus a ameaçou de morte, mas a serpente garante que não acontecerá nada disso: muito pelo contrário, no dia em que souberem o que é Bem e Mal, serão iguais a Deus.

  Convencida, Eva come o fruto proibido, e dá parte dele a Adão. A partir daí, o equilíbrio original do paraíso é desfeito, e os dois são expulsos e amaldiçoados.
Mas existe uma frase enigmática, dita por Deus, que dá toda razão à serpente: "Eis que o homem se tornou um de nós, conhecedor do Bem e do Mal". Também neste caso (igual ao do deus do tempo que reza pedindo algo embora seja o senhor absoluto) a Bíblia não explica com quem o Deus único está falando, e - se ele é único - por que está dizendo "um de nós".

  Seja como for, desde suas origens a raça humana está condenada a mover-se na eterna Divisão entre os dois opostos. E aqui estamos nós, com as mesmas dúvidas dos nossos antepassados...


✎ Texto do livro: "O Demônio e a Srta Prym" de Paulo Coelho.


terça-feira, outubro 09, 2007


Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei - Paulo Coelho

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na margem do rio piedra eu sentei e choreiMais um livro de Paulo Coelho lido. "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei." Numa história de amor estão os mistérios da vida. Pilar e seu companheiro conheceram-se na infância, afastaram-se na adolescência, e - onze anos depois - tornam a se encontrar. Ela, uma mulher que a vida ensinou a ser forte e a não demonstrar seus sentimentos. Ele, um homem capaz de fazer milagres, que busca na religião uma solução para os seus conflitos. Os dois estão unidos pela vontade de mudar, de seguir os próprios sonhos, de encontrar um caminho diferente. Para isto, é preciso vencer muitos obstáculos interiores: o medo da entrega, a culpa, os preconceitos. Pilar e seu companheiro resolvem viajar até uma pequena aldeia nas montanhas - e trilhar o difícil caminho de reencontro com a própria verdade.

Trechos do livro:
~ Porque Deus vem à Terra para nos mostrar nosso poder. Fazemos parte do Seu sonho, e Ele quer um sonho feliz. Entretanto, se admitirmos para nós mesmos que Deus nos criou para a felicidade, teremos que assumir que tudo aquilo que nos leva para a tristeza e para a derrota é nossa culpa.
~ É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça. Todos os dias Deus nos dá - junto com o sol - um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes. Mas, quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais.
A felicidade às vezes é uma bênção - mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia nos ajuda a mudar, nos faz ir em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões - mas tudo é passageiro, e não deixa marcas. E, no futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé. Pobre de quem teve medo de correr riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás, vai escutar seu coração dizendo: "O que fizeste com os milagre que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então esta é a herança: a certeza de que desperdiçaste tua vida." Pobre de quem escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas o instantes mágicos da vida já terão passado.



quinta-feira, setembro 20, 2007


Dominação alienígena

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Vocês viram o chinês que morreu depois de ficar três dias na internet jogando! Aposto que ele jogava Ragnarök. Por isso que eu digo: o computador é uma máquina alienígena de Vênus, que suga nosso cérebro e que depois leva à morte. É tipo Moscas espiãs de Marte, sabe? Depois que eu falo, ninguém acredita... O mundo será dominado pelos alienígenas. Lembram dos MIB Homens de preto? Aquele filme é fatos reais, eu tenho certeza!

quarta-feira, julho 25, 2007


O Corvo - Edgar Allan Poe

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O Corvo

  Numa sombria madrugada, enquanto eu meditava, fraco e cansado, sobre um estranho e curioso volume de folclore esquecido; enquanto cochilava, já quase dormindo, de repente ouvi um ruído. O som de alguém levemente batendo, batendo na porta do meu quarto. "Uma visita," disse a mim mesmo, "está batendo na porta do meu quarto
- É só isto e nada mais."

  Ah, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, e que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão. Eu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, o fim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiante e rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não se ouvirá nunca mais.

  E o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura me emocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca havia antes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, eu só repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meu quarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - É só isto, só isto, e nada mais."

  Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei: "Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão. Mas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastes batendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na porta do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois, abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.

  Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando, temendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antes sonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel e profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!". Fui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavra "Leonor!". Somente isto e nada mais.

  De volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mim ardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que a anterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa na minha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver este mistério. Possa meu coração parar por um instante, para que este mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"

  Abri toda a janela. E então, com uma piscadela, lá entrou esvoaçante um nobre Corvo dos santos dias de tempos ancestrais. Não pediu nenhuma licença; por nenhum minuto parou ou ficou; mas com jeito de lorde ou dama, pousou sobre a porta do meu quarto. Sobre um busto de Palas empoleirou-se sobre a porta do meu quarto. Pousou, sentou, e nada mais.

  Depois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por me fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada. "Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és nada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qual é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".

  E o Corvo disse: "Nunca mais."

  Muito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesar de sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois não podemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora alguma vez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ou besta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo um nome como "Nunca mais."

  Mas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela única palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois, ele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais que murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar, como minhas esperanças têm me deixado."

  Então a ave disse "Nunca mais."

  Impressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "Sem dúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; que aprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Ela o seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou um refrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão a frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "

  Mas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo uma cadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitado sobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia a fantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que esta hostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, ao gritar, "Nunca mais."

  Concentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressar à ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto e mais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, no roxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, mas cujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iria mais apertar, ah, nunca mais!

  Então, me pareceu o ar ficar mais denso, perfumado por invisível incensário, agitado por Serafim cujas pegadas ressoavam no chão macio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou e por estes anjos te enviou. Descansa! Descansa e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor. Bebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece a minha perdida Leonor!"

  E o Corvo disse: "Nunca mais."

  "Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! - Tenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com a tempestade; desolado porém indomável, nesta terra deserta encantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, eu imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me - dize-me, eu imploro!"

  E o Corvo disse: "Nunca mais."

  "Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! Pelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambos adoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes do distante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjos chamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzela que os anjos chamam Leonor."

  E o Corvo disse: "Nunca mais."

  "Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando - "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais! Não deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tua alma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse busto sobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombra da minha porta!"

  E o Corvo disse: "Nunca mais."

  E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda, sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto. E seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; e a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão. E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-á - nunca mais!


✎ The Raven (1845); Edgar Allan Poe (1809-1849).


quarta-feira, maio 16, 2007


Frase que um dia você usará II ♥

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Frase idiota que você provavelmente usou e se nunca usou, algum dia irá usá-lo...

Se você viver cem anos, eu quero viver cem anos menos um dia, assim nunca terei de viver sem você. {}


* Tendo um ataque epilético* Nada a declarar.  

sábado, fevereiro 10, 2007


Complexa harmonia de visuais

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Todos sabem a diferença entre o brega e o chique, mas vai tentar explicar a diferença entre Oshare Kei e Visual Kei. Só um cego pra não perceber a diferença. Entretanto alguns sites insistem em dizer que Charlotte é Visual Kei - bando de cegos.

Minha briga com seres obstinados é quando não entramos em concordância. Eu explico com toda calma do mundo, serenidade, com muita paciência, nitidez, mas é difícil fazer uma pessoa compreender o óbvio. Aquela percepção toda vai embora, começo a ficar impetuoso e a pessoa me chama de ignorante.

Depois digo que Visual Kei não é igual a J-Rock porque consiste na mistura de diversas vertentes musicais como rock, metal e até música clássica. Uma das peculiaridades desse movimento é a ênfase no visual de seus artistas, muitas vezes extravagante, outras vezes mais leve, mas quase sempre misturada com a androginia, e shows chamativos.

Visual Kei exibe um estilo mais pesado, cores escuras e som agressivo, até um gótico. Oshare Kei apresenta bandas com visual temático mais colorido e alegre, até de mais. As bandas desse estilo costumam apresentar um som mais pop do que as demais - não sendo, no entanto, uma regra fixa, mas que deveria ser na minha humilde opinião.


segunda-feira, janeiro 22, 2007


Árvore Genealógica do Metal e do Rock

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Vovô e Vovó Blues

Um casal velhinho, de pele escura, tendo os dois uma voz bem grave. Muito simpáticos e sorridentes, adoram dançar, ou "balançar o esqueleto", como preferem dizer. Já tiveram suas brigas com a Dona Música Clássica, e sempre foram amigos do senhor Jazz (especialmente a Sra. Blues), um outro velhinho, ex-acrobata de um circo local. Tiveram quatro filhos: Rockabilly, Rock Pop, Rock Progressivo e Hard Rock.

Rockabilly

O irmão mais velho. Outro que é apaixonado por dançar. Antigamente, andou muito com o segundo mais velho, o Rock Pop. Adora topetes, calças boca-de-sino, óculos escuros coloridos, brilhantina e coisas bregas em geral. Fez muito sucesso com a mulherada na juventude, mas agora é um velho gordo.

Rock Pop

Adora andar na moda, mas não tem uma opinião fixa. Já andou com todos os outros irmãos, menos com o progressivo. Sabe-se que ele ganha muito bem, e quem anda com ele também, e que ele é louco por dinheiro, se vende por qualquer coisa. Dizem que ele gosta de enganar as pessoas às vezes, dizendo que uma coisa é boa quando não é, mas não se sabe.

Rock Progressivo

Carinhosamente apelidado de Prog, ele é um caso a parte. Correm boatos de que ele é filho de um caso da Sra. Blues com o Sr. Jazz, o que ficou ainda mais sério quando ele começou a fazer acrobacias. Muito exibicionista, adora mostrar as loucuras que consegue fazer, apesar de que, de vez em quando, as pessoas se irritam por que ele fica muito tempo fazendo, ou faz coisas chatas, só por que é difícil. Mas é um cara muito legal, quando pára com o exibicionismo puro.

Hard Rock

Meio revoltado, meio dançante. Quanto a esse, não restam dúvidas que veio dos Blues. Ele também AMA penduricalhos, bandanas, lenços, maquiagem, cabelos bufantes e vive fazendo poses meio homossexuais, mas não é gay. Um pouco esquentadinho também. Conta-se que na adolescência usou e abusou das drogas e era meio ninfomaníaco. Casou-se e teve dois filhos: o pródigo Heavy Metal e o caçula Punk Rock.

Punk Rock

Muito revoltado, e muito relaxado também. Tentou ser igual ao pai, mas não conseguiu e se frustrou, vindo daí sua revolta. É muito fraquinho, raquítico. Não se importa com nada, mas vive falando de igualdade, vive defendendo ideais comunistas. Bebe mais que carro a gasolina com o tanque furado. O casa dele é uma bagunça, principalmente a COZINHA, que é muito tosca, tudo meia-boca. Teve dois filhos com a namorada, chamados de Hard Core e Grunge. Acha que um dia vai mudar a sociedade.

Hardcore
Menino meio maluco, vive correndo pela casa, não pára de correr. É um pouco mais organizado na cozinha do que o pai, mas também é fraquinho. É surfista e skatista também. Quando está meio EMOtivo, passa o tempo todo reclamando da namorada que corneia ele todo dia.

Grunge

Ele é meio tristonho, meio emotivo também.Vive reclamando da vida. Está na puberdade, por isso sua voz dá umas desafinadas às vezes. Ele costuma agir de maneira suicida. Menino estranho, esse.

Heavy Metal

Ele é muito forte e bem pesado. Bebe ainda mais que o Punk. Gosta de falar de mitologia nórdica e ocultismo, mas é bem cabeça aberta, dá para falar com ele de tudo: política, amor, humor, da vida... Reza a lenda que ele tem pacto com o diabo, mas isso é mentira. Adora roupas de couro e spikes. Dizem que ele é o que o Punk sempre quis ser. Tem uma voz grave, mas quando grita fica um pouco agudo. Tem fama de malvado, mas não é... Só quando está de mau-humor. Quando está de bom humor pode ser o cara mais engraçado do mundo. Gosta de cabelos compridos e de exibir os músculos às vezes. Não gosta muito de ir à Igreja. Acho que é daí que vem sua fama de anticristo... ainda mais quando ele começa a tirar sarro da cara dos sacristões, e eles levam a sério! Gosta de andar de motocicleta, e é mecânico. Tem uma Harley Davidson. Teve vários filhos: Thrash, Melódico, Prog Metal, Death, Black, White, Doom, Gothic, que são muito unidos (com exceção do Black e do White, que nunca se entenderam) que vivem fazendo trabalhos em cooperação.

Thrash

Mais ágil que o pai, trabalha de ajudante de pedreiro, sendo mais forte. Um pouco violento de vez em quando, mas também é muito engraçado quando quer. Quando era pequeno engoliu uma escova de cabelo e desde então sua voz nunca mais foi a mesma.

Melódico

Costumava freqüentar a casa da Sra. Música Clássica quando era menor. É ator de teatro, fascinado por J.R.R. Tolkien e coisas medievais. É muito feliz, especialmente quando fala. Tanto que seu maior problema é que ele costuma se empolgar, e, por ter uma voz aguda, fica irritante escuta-lo. Adora coisas muito enfeitadas. Quer dar um presente pra ele? Compre um livro de fantasia com uma capa de veludo e com um marca-páginas bem grande, com gravuras da pintura barroca, bem detalhados.

Prog Metal

Costumava andar com o tio Prog, e aprendeu muitas manobras e acrobacias, e espera ser artista de circo também, mas não consegue fazer tudo por que é mais gordo, mais pesado, e tem o mesmo problema com exibicionismo.

Os irmãos Death e Black

Figuraças. Sabe os irmãos caverna? São iguaizinhos. São tão parecidos, que só dá pra distinguir quando o Black está de maquiagem, ou quando está mais enfeitado. Ninguém entende muito o que eles falam. Acredita-se que tenham uma linguagem própria. Mas sabe-se que quando o Black abre a boca é pra mandar Deus pr'aquele lugar, e dizer que o Diabo é o senhor dele. Trabalha com confecção de velas. O Death é meio estranho, trabalha de legista. Das vezes que se entendeu o que ele disse, ele só falava de como as pessoas morriam. Acho que o emprego dele o deixou meio neurótico. Gostam muito do Thrash. O Death costuma falar com o White às vezes, mas o Black nem chega perto. São muito violentos e estouradinhos. O Black é muito frio também, não tem pena de ninguém, e vive mutilando animais.

White

Indo na contra-mão do pai, é extremamente religioso. Detesta o Black, mas consegue conversar com o Death, e eles até trabalham juntos de vez em quando. Na Igreja do White, é claro. Seu único problema é que, para tentar parecer mais cristão, esquece que nasceu em uma família de peso, fazendo jejuns muito grandes e ficando muito leve.

Doom e Gothic

Outros muito parecidos. Só dá pra perceber a diferença por que o Gothic é mais calminho e vive bem equipado com coisas eletrônicas, enquanto o Doom às vezes lembra o Death, em alguns traços. Vivem reclamando da vida, falando de como sofrem... De como a vida é um inferno... Parecem um pouco com o Grunge quando começam a falar, mas diga isso pra eles e veja o que sobra de você! O Gothic gosta de coisas eletrônicas e trabalha consertando equipamentos e tem um timbre de voz ultra grave, mas só fala sussurrando. O Doom trabalha de coveiro.

Ah! Existe um cara aí dizendo que pertence a essa família, mas todo mundo sabe que ele só quer ter o sobrenome Metal por dinheiro. Ele é tão porco que às vezes lembra o Punk, é mais desafinado que o Grunge, e só é pesadão, mas não se alimenta bem, vive de porcaria. Conhecido como New Metal. Para se ter uma idéia, ele anda com um carinha muito chato chamado Hip-Hop!

créditos


quarta-feira, janeiro 03, 2007


Em 2007 vou ser...

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...uma criança retardada que mastiga chicletê e tira meléca do nariz:

"Papai do céu, eu prometo tentar ser uma criança boazinha, educada, responsável e menos mal criada. Prometo obedecer o papai e a mamãe, respeitar a natureza (hunf), estudar bastante e ser legal com aquela cobra... hã hãããã, quer dizer com minha coleguinha de escola. Prometo não praguejar ninguém, nem fazer macumba, magia negra e bonequinho de vudu.

      Obrigado por tudo, Amém" ¬¬'