sábado, março 13, 2010


Banchō Sarayashiki - A História do Fantasma de Okiku

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  As histórias de fantasmas são um tema popular na xilogravura japonesas. A história do fantasma de "Okiku" é antiga, e suas origens são desconhecidas; porém, foi primeiramente apresentada com o título Bancho Sarayashiki em julho de 1741, no teatro Toyotakeza. A conhecida lenda fantasmagórica foi adaptada em uma produção de "ningyo joruri" por Asada Itcho e Tamenaga Tarobei I. Como muitos teatros de fantoches bem sucedidos, uma versão em "Kabuki" foi criada logo em seguida, e em setembro de 1924, Bancho Sarayashiki foi encenada no teatro Naka no Shibai, estrelando Otani Tomoemon II e Arashi Koroku IV nos papéis de Aoyama Daihachi e Okiku.

  Uma versão de "Kabuki"  em um ato foi criada em 1850 por Segawa Joko III, sob o título Minoriyoshi Kogane no Kikuzuki (実成金菊月), que estreou no teatro Nakamuraza com Ichikawa Danjuro VIII e Ichikawa Kodanji IV nos papéis de Tetsuzan e Okiku. Esta adaptação em um ato não foi popular e rapidamente terminou, até que voltou a ser apresentada em junho de 1971 no teatro Shimbashi Embujo, estrelando a popular dupla Kataoka Takao e Bando Tamasaburo V nos papéis de Tetsuzan e Okiku.

  A adaptação mais popular e conhecida de Bancho Sarayashiki, escrita por Kido Okamoto, estreou em fevereiro de 1916 no teatro Hongoza, com Ichikawa Sadanji II e Ichikawa Shocho II nos papéis do Senhor Harima e Okiku. Era uma versão moderna da clássica história de fantasmas em que o conto de horror foi substituído por um profundo estudo psicológico das motivações dos dois personagens. Outra adaptação foi feita em 2002, na quarta história da novela da televisão japonesa Kaidan Hyaku Monogatari (怪談百物語).

~ Bancho Sarayashiki - Versão Popular

  Havia uma linda serva de nome Okiku. Ela trabalhava para o samurai Aoyama Tessan. Okiku frequentemente recusava seus avanços, então ele a enganou fazendo-a acreditar que ela descuidadamente perdeu um dos dez preciosos pratos de cerâmica holandesa da família. Tal crime normalmente resultaria em morte. Em um frenesi, ela contou e recontou os nove pratos muitas vezes. Apesar disso, ela não conseguiu encontrar o décimo e foi até Aoyama aos prantos, sentindo-se culpada. O samurai propôs ignorar o problema caso ela finalmente se tornasse sua amante, mas ela novamente recusou-se. Enfurecido, Aoyama a jogou no fundo de um poço para que morresse.

  Dizem que Okiku tornou-se um fantasma vingativo que atormentava seu assassino contando até nove e então dando um grito terrível para representar o décimo prato perdido - ou talvez ela estava se atormentando e ainda tentando encontrar o décimo prato, mas gritava agoniada quando ela nunca encontrava-o. Em algumas versões da história este tormento continuava até que um exorcista ou um vizinho gritasse "Dez!" em alto tom no final de sua contagem. O fantasma de Okiku então finalmente tranquilizava-se quando percebia que alguém havia encontrado o prato para ela, e deixava de assombrar o samurai.

~ Versões diferentes da história do Fantasma de Okiku

  Existem versões diferentes da história de fantasma de Okiku. O que todos têm em comum é a descrição de seu fantasma saindo do poço e contando de uma a nove e, em seguida, um soluço de cortar o coração.

  Em outra versão, Okiku realmente quebra um prato e é morta por seu mestre e seu corpo jogado para dentro do poço.

  Em outra versão, Aoyama tem uma esposa, que quebra a peça. Para ocultar sua culpa, ela joga o prato quebrado nos bens de Okiku e acusa de tê-lo roubado. Nesta versão, ela é também morta por seu mestre por punição e é jogada no poço.

  Existe também uma versão alternativa para o fim da história. Para parar com os choros a noite, um amigo da família de Aoyama é contratado. Ele fica escondido no poço durante a noite e depois Okiku aparecia e contava de uma a nove, ele está um passo à frente gritando dez. A partir de então o fantasma de Okiku nunca mais foi visto.

~ Versão do Ningyo Joruri

  Hosokawa Katsumoto, o Senhor do castelo de Himeji, ficou seriamente doente. O herdeiro de Katsumoto, Tomonosuke, planeja dar um jogo de dez pratos preciosos para o xogum para assegurar sua sucessão. Entretanto, o chefe dos serviçais, Aoyama Tetsuzan, planeja assumir seu lugar. O serviçal de Tomonosuke, Funase Sanpei Taketsune, está noivo de uma dama de companhia: Okiku. Tetsuzan planheja forçar Okiku para auxiliá-lo a matar Tomonosuke.

  Tetsuzan, através de um espião, furta um dos dez pratos e chama Okiku para trazer a caixa contendo os pratos para a sua sala. Lá, ele tenta seduzir Okiku. Ela se recusa devido ao seu amor por Taketsune. Rejeitado, Tetsuzan pede então para Okiku contar os pratos, ao que ela encontra somente nove. Ele a culpa pelo roubo e se oferece para mentir por ela caso ela se tornasse sua amante. Okiku novamente recusa e Tetsuzan a espanca com uma espada de madeira.

  Tetsuzan a suspende sobre um poço e, eroticamente apreciando sua tortura, a baixa no poço diversas vezes, a espancando quando içada. Ele a ordena a se tornar sua amante e ajudá-lo no assassinato de Tomonosuke. Ela se recusa novamente, ao que Tetsuzan a golpeia com sua espada, jogando seu corpo no poço.

  Enquanto limpava sua espada, o som de uma voz contando pratos vem do poço. Tetsuzan percebe que é o fantasma de Okiku, mas fica inteiramente impassível. A peça termina com o fantasma de Okiku erguendo-se do poço, com Tetsuzan olhando para ela desdenhosamente.

~ Shinkei Sanju Roku-Kai Sen - Trinta e Seis Novos Fantasmas

  Entre os artistas "Ukiyo-e" projetar temas de fantasmas, Yoshitoshi Tsukioka (1839-1892) deve ser mencionado em primeiro lugar. Yoshitoshi acreditava firmemente na existência de fantasmas e estava convencido de que tinha visto pessoalmente aparições sobrenaturais em sua vida.

  A impressão de O Fantasma de Okiku na Mansão fazia parte da série Shinkei Sanju Roku-Kai Sen. Foi última série de Yoshitoshi antes de sua morte (em conjunto com o Cem contos) e foi publicado 1889-1892. A série pode ser encontrado em diferentes traduções para o inglês como nova seleção de trinta e seis aparições ou trinta e seis novos fantasmas.

  Para Yoshitoshi no fim de sua vida, os temas de impressões foram predominantemente escolhido em rica tradição cultural do Japão e da história. Era um apelo do artista para os seus compatriotas para não abandonar os seus valores tradicionais em troca da modernização ocidental que havia começado no período "Meiji".

~ Okiku e Ukiyo-e

  Assim como muitas peças de "Kabuki" Okiku foi um assunto popular para artistas de "ukiyo-e". Em 1830, Katsushika Hokusai incluiu ela como uma dos "kaidan" em sua série Cem contos (百物語 - Hyaku monogatari). Ekin, um artista um pouco notório que teve problemas com a lei, pintou um Byobu-e de Okiku sendo acusada por Tetsuzan Aoyama e seu irmão Tchuta.

  Mais notavelmente, ela apareceu como uma das formas na Compilação de novas formas de trinta e seis fantasmas (新形三十六怪撰 - Shinkei Sanju rokukai sen) por Yoshitoshi Tsukioka. Seu retrato de Okiku é extraordinariamente simpático, ao contrário dos fantasmas vistos como aparições temíveis pelos japoneses do século XIX, refletindo uma tendência geral na sua obra posterior.

~ Versão de Kido Okamoto

  Em 1655, em Edo, um vassalo do xogum Aoyama Harima apaixona-se pela jovem serva Okiku. Aoyama prometeu casar com ela, mas recentemente recebeu uma auspiciosa proposta de casamento de uma tia. Aoyama promete a Okiku que ele irá honrar seu amor, e recusar a proposta.
  Okiku duvida e o testa, quebrando um de seus dez preciosos pratos que são o tesouro da família Aoyama. A punição tradicional para quem quebrasse um dos pratos é a morte, que é exigida pela família de Aoyama.

  Primeiramente, Aoyama é convencido que Okiku quebrou o prato por acidente e a perdoa, mas quando Okiku revela que quebrou o prato como uma prova de amor, Aoyama se enfurece e a mata. Ele então a joga em um poço.

  Desde então, o fantasma de Okiku é visto entrando na casa e contando os pratos, de um a nove. Encontrando-a no jardim, Aoyama vê que sua face fantasmagórica não é de vingança, mas é bela e calma. Fortalecendo-se com isso, ele comete seppuku e se junta a ela na morte.

 Influência romântica:  A versão de Kido Okamoto é notável por ser uma adaptação muito mais romântica da história, similar a versão do Kabuki de Botan Doro. Isso foi uma influência da restauração Meiji, que trouxe peças ocidentais para o Japão pela primeira vez. Peças ocidentais foram muito mais notáveis por elementos românticos, e isso foi adaptado no estilo de teatro conhecido como Shin Kabuki (新歌舞伎). Shin Kabuki foi basicamente uma malsucedida fusão do Ocidental e Oriental, apesar de que o Bancho Sarayashiki de Okamoto permanece como um dos poucos clássicos.

~ Influências na cultura japonesa

  Em 1795, velhos poços no Japão sofreram um infestação de um tipo de larva que ficou conhecida como "inseto de Okiku" (お菊虫 - Okiku mushi). Acreditava-se que esta larva, coberta com finos fios que parecem ter sido ligados, seria uma reincarnação de Okiku.

  Como a versão do ningyo joruri é localizada no castelo de Himeji, uma popular atração turística no castelo é "Okiku Ido", ou Poço de Okiku. Tradicionalmente, este seria o poço onde o corpo da infeliz criada foi atirado depois de ser morta por Tetsuzan. Embora o castelo seja fechado à noite, dizem que seu fantasma ainda de levanta todas as noites do poço e conta até nove antes de gritar e retornar.

  O jogo de NES Monster Party tem um chefe de nome "The haunted well" (literalmente "O poço assombrado"), um poço que ataca arremessando pratos no jogador, em refererência ao conto. Mas já que o jogo foi lançado somente nos Estados Unidos, muitos jogadores não entendiam a ideia.

  A mangaka Rumiko Takahashi  incluiu uma paródia da lenda de Okiku em sua comédia romântica Maison Ikkoku, publicada na revista Big Comic Spirits de 1980 a 1987; a série depois virou desenho animado para a televisão japonesa. Retratara a história de Godai, um infeliz estudante universitário que galanteia e conquista sua linda senhoria viúva, Kyoko, apesar das frequentes palhaçadas dos outros moradores de Ikkoku-kan, a pensão administrada por Kyoko. Como parte de um evento de Obon, os residentes de Ikkoku-kan participam de um festival de verão; Kyoko se veste como Okiku e supostamente teria de se esconder em um poço raso. Entretanto, sendo esta uma comédia romântica, nada sai como planejado.

  No mangá Gintama, há uma paródia da história quando o trio Yorozuya ajuda um homem a organizar um "teste de coragem".


textos e imagem: wikipedia
texto e imagens: artelino.com

segunda-feira, fevereiro 08, 2010


O Jardim de Ossos - Gerritsen

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O Jardim de Ossos
 
 
Gênero: Ficção, suspense, terror
Autor: Tess Gerritsen
País de origem: Estados Unidos
Ano de Lançamento: 2007
Número de Páginas: 446 páginas
Editora: Record
 
Sinopse:
Ossos desconhecidos, segredos não revelados e crimes não resolvidos lançam sombras ameaçadoras sobre o presente. A recém-divorciada Julia Hamill acaba de se mudar para a casa de seus sonhos, uma mansão em um enorme terreno. Tudo parece perfeito, até que, durante a reforma do jardim, Julian desenterra um crânio humano com indícios de homicídio. E o mais intrigante: a cova data do século XIX.

O ano é 1830. O jovem estudante de medicina Norris Marshall é o principal suspeito das atrocidades cometidas pelo Estripador de West End. Na companhia do amigo Oliver e da imigrante irlandesa Rose, Norris parte em busca do homem mais perigoso de Boston, a fim de provar a própria inocência, visitando desde lúgubres cemitérios e salas de necropsia até elegantes mansões.

Separadas por quase dois séculos, as duas histórias se desenvolvem de forma precisa e instigante, conduzindo o leitor a um final tão chocante quanto engenhosamente concebido.



Resenha:
Como não apreciar essa obra de Tess Gerritsen. Ela criou bons conflitos para você ler o livro até a ultima palavra.
 
Após o divorcio, Julia muda-se para uma casa onde uma velha de 90 anos morreu. Mas esse não é o problema, enquanto mexia em seu jardim Julia descobre ossos de uma mulher.
 
Muito antes disso, em 1830, mortes violentas acontecem em West End, Boston. E Norris Marshall, um estudante de medicina, com incríveis habilidades com um bisturi, é um dos principais suspeitos dos assassinatos. Ele e Rose Connolly, que após a morte de sua irmã, luta para sobreviver nas ruas de Boston com sua sobrinha Margaret, e acaba encontrando alguns corpos.
 
Mas a vida não é muito generosa com Rose, que além de sofrer as consequências das acusações, tem que dar duro pra cuidar da pequena Margaret e se esquivar do marido de sua irmã, que quer de qualquer jeito o bebê, mesmo não sendo seu filho.
 
Com a ajuda de Henry, um velho mal- humorado, que é da família da antiga moradora de sua casa; Julia e ele remexem nos documentos da família e descobrem cartas de O.W.H que ajudam a resolver os mistérios das mortes de Boston e descobrir a relação com os ossos que foram encontrados em seu jardim.
 
Além de a autora entrelaçar duas épocas diferentes na narrativa, ela dá algumas aulinhas de anatomia e nos apresenta um dos maiores médicos dos Estados Unidos, Oliver Wendell Holmes, que ajuda seu amigo Norris a provar sua inocência.
 
A capa do livro é muito bonita e combina bastante com a atmosfera do livro, sem contar que logo de cara você vê o elogio do mestre do terror, Stephen King.
 
Entretanto esse não é um livro que você pode ler após as refeições se você tiver estomago fraco e aversão a sangue e órgãos expostos.
 
Tirando esse detalhe você pode roer suas unhas até descobrir o verdadeiro Estripador de West End, que não é muito fácil de descobrir...


 

domingo, janeiro 17, 2010


I did not die

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Eu não morri. Só tinha esquecido a senha; amnésia brava.
Um ano, um mês e dezesseis dias tentando lembrar a senha.
Espero não ter mais amnésias, santo remédio tarja preta. (sarcasmo)